Votação do marco fiscal Ă© concluĂ­da na CĂąmara e texto vai ao Senado

A CĂąmara dos Deputados concluiu na noite desta quarta-feira (24) a votação do projeto do novo regime fiscal.

Por Ricardo Marcogé em 25/05/2023 às 00:18:23

A CĂąmara dos Deputados concluiu na noite desta quarta-feira (24) a votação do projeto do novo regime fiscal. O texto-base jĂĄ havia sido aprovado na noite anterior, por ampla margem de 372 votos favorĂĄveis e 108 contrĂĄrios. Faltavam os destaques. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 93/23 serĂĄ enviado ao Senado após os deputados federais rejeitarem destaques que ainda estavam pendentes.

Entre os destaques derrotados, estavam uma nova correção para despesas para o Fundo Constitucional do Distrito Federal e a responsabilização do agente pĂșblico apenas se ele não adotasse as medidas de contingenciamento e tivesse ordenado despesas infringindo vedações ou ultrapassado os limites de crescimento real da despesa.

A proposta do marco fiscal, batizada formalmente de Regime Fiscal SustentĂĄvel, foi enviada em abril pelo governo federal ao Congresso Nacional. O relator do projeto, deputado ClĂĄudio Cajado (PP-BA), incluiu gatilhos para obrigar o corte e a contenção de gastos no caso de descumprimento da meta fiscal.

O novo arcabouço fiscal limitarĂĄ o crescimento da despesa a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores. Em momentos de maior crescimento da economia, a despesa não poderĂĄ crescer mais de 2,5% ao ano acima da inflação. Em momentos de contração econômica, o gasto não poderĂĄ aumentar mais que 0,6% ao ano acima da inflação.

Ainda nesta terça-feira (23), o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou Parlamento deve aprovar as novas regras fiscais ainda neste semestre. O texto vai substituir a regra do teto de gastos, em vigor desde 2016, e que limitava o crescimento das despesas pĂșblicas apenas à variação da inflação média do ano anterior. No Senado, o relator da matéria serĂĄ o senador Omar Aziz (PSD-AM), conforme anunciado pelo lĂ­der do governo na Casa, Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP).

Gatilhos

O projeto aprovado prevĂȘ que, no caso de descumprimento das metas, haverĂĄ contingenciamento (bloqueio) de despesas discricionĂĄrias. O relatório de Cajado estabelece a adoção, no ano seguinte ao descumprimento, de medidas automĂĄticas de controle de despesas obrigatórias, como a não concessão de aumento real de despesas obrigatórias e a suspensão de criação de novos cargos pĂșblicos e da concessão de benefĂ­cios acima da inflação.

Caso o descumprimento aconteça pelo segundo ano consecutivo, novas proibições serão acrescentadas às existentes, como o aumento de salĂĄrios no funcionalismo pĂșblico, admissão ou contratação de pessoal e realização de concurso pĂșblico (nos Ășltimos dois pontos, a exceção é para reposição de cargos vagos).

Segundo Cajado, o reajuste real do salĂĄrio mĂ­nimo estarĂĄ fora dos gatilhos e terĂĄ aumento acima da inflação. Inicialmente, havia previsão de também retirar o Bolsa FamĂ­lia do limite de gastos. No entanto, o deputado manteve o benefĂ­cio sujeito às normas gerais para que seja reajustado acima da inflação.

*Com informações da AgĂȘncia CĂąmara.

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