Pela terceira vez, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deixou de comparecer à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (21).
Dino lembrou-se de xingamentos e confusões de outras convocações e pediu providĂȘncias quanto à conduta do presidente da comissão, deputado Sanderson (PL-RS), alegando falta de capacidade e de isenção do parlamentar. Ao mesmo tempo, Dino pede que a reunião seja realizada em uma comissão geral no plenĂĄrio da Câmara, repetindo os argumentos usados para não comparecer à Ășltima convocação feita pela comissão no dia 24 de outubro.
No documento enviado ao presidente da Câmara, o ministro argumenta que algumas manifestações de deputados de oposição à atual gestão federal equivalem a ameaças contra sua integridade e afirma ter sido orientado a não comparecer à sessão. Dino reproduz fotos de parlamentares governistas e de oposição quase chegando às vias de fato para apontar o "inusitado clima agressivo, hostil e de desordem" que, segundo ele, marca os trabalhos da comissão.
"A partir das frases dos citados parlamentares, membros da comissão, é verossĂmil pensar que eles andam armados, o que se configura uma grave ameaça à minha integridade fĂsica, se eu comparecesse à audiĂȘncia. Lembro, a propósito, que os parlamentares não se submetem aos detectores de metais, o que reforça a percepção de risco, inclusive em razão dos reiterados desatinos por parte de alguns. Ademais, sublinho que o presidente da comissão reconheceu a impossibilidade de manutenção da ordem dos trabalhos, ao encerrar a sessão anterior a que compareci no dia e hora marcados", encerra Dino.
O ministro da Justiça e Segurança PĂșblica tem sido convocado pela Comissão de Segurança da Câmara para falar de diferentes temas. Os parlamentares querem explicação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro; a regulamentação das armas; invasão de terras; supostas interferĂȘncias na PolĂcia Federal, entre outros temas.