Michele Teixeira é casada com Jamel, que nasceu e cresceu em Amizmiz, e mudou-se para a cidade há 20 anos para trabalhar como guia turística. Brasileira no Marrocos diz que filho está abalado: 'Acorda com medo, perguntando onde está meu pai, onde está minha mãe'
O terremoto mais letal na história moderna do Marrocos já alcança quase 3 mil vítimas, até esta segunda-feira (11). Na cidade de Amizmiz, onde viviam cerca cerca de 20 mil habitantes, as autoridades locais proibiram os moradores de permanecerem em suas casas, autorizando apenas visitas rápidas para a recuperação de pertences essenciais.
A brasileira Michele Teixeira é casada com Jamil Ait Lachegar, que nasceu e cresceu em Amizmiz. Ela se mudou para a cidade há 20 anos para trabalhar como guia turística. Segundo Michele, os filhos do casal estão psicologicamente abalados.
"O de 11 anos está psicologicamente abalado. Ele vê o copo com água em cima da mesa tremer, ele já grita: 'Está acontecendo de novo, está acontecendo de novo'. Se ele cochila, ele já acorda com medo, perguntando onde está meu pai, onde está minha mãe. Eles estão completamente abalados", conta a guia turística.
Por questões de segurança, não é possível entrar na casa do casal, que assim como outras em Amizmiz corre risco de colapsar, mas Michele registrou imagens do imóvel após o terremoto (veja fotos abaixo).
"Cada detalhe aqui foi pensado, colocado, teve um preço, um sentimento e acabou agora. Agora é a gente olhar para frente e fazer de novo, e ter a esperança, a fé que vai ser melhor", lamenta Michelle.
O casal também descreveu a angústia de percorrer o que costumava ser o caminho de volta para casa, com vizinhos e amigos soterrados sob os escombros.
"Pessoas que eu conhecia, que eu via todo dia. A gente que tem filho, a gente diz: 'Graças a Deus, conseguimos tirar os nossos. Mas as outras pessoas?", relata.
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