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Big techs

Big Techs aprofundam dependência econômica do Brasil, diz pesquisador

O pesquisador, escritor e jornalista bielorusso Evgery Morozov está em viagem pela América do Sul divulgando sua pesquisa sobre os efeitos nocivos que as grandes empresas de tecnologia, as Big Techs, podem causar às economias que fazem uso dos serviços oferecidos pelas gigantes da tecnologia, como é o caso do Brasil.

Foto: Reprodução internet
Foto: Reprodução internet

Palestra "Contestando o poder das Big Techs: soberania tecnológica e futuros digitais alternativos" com o jornalista, pesquisador e escritor Evgeny Morozov, na Faculdade de Comunicação da UnB. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Morozov sustenta que somente o Estado pode liderar uma transformação no mundo digital capaz de fazer frente ao poder das Big Techs. "As nações devem investir em setores emergentes e promover novos empreendimentos que desempenhem papeis essenciais em tecnologia, desde microprocessadores para 5G, como Inteligência Artificial (IA)", observou. Como essa agenda enfrentaria, segundo o pesquisador, fortes oponentes, apenas o Estado seria capaz de liderar um desenvolvimento tecnológico com base nacional.

"Haverá oponentes corporativos. Veremos agências de segurança nacional - como a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) - se opondo a mudanças. A única maneira de realizar de fato esse sonho é com o Estado equipado com todo seu poder e burocracia esforçando-se para implantar essa visão, ao mesmo tempo protegendo-se contra ameaças de subversão", destacou.

O pesquisador citou o caso da China, que tem ampliado o investimento em semicondutores (chips), infraestrutura digital móvel (5G) e IA. "A China tentou se libertar dessa dependência, e os Estados Unidos (EUA) tomaram medidas significativas para evitar", destacou.

Entre outras medidas, o presidente dos EUA Joe Biden proibiu, no mês passado, novos investimentos estadunidenses em "tecnologias sensíveis" na China, como semicondutores (chips) e IA.

Além disso, Morozov acrescentou que desenvolver infraestruturas digitais e IA alternativas custaria muito dinheiro, o que só poderia ser financiado pelo Estado. "Tem que dedicar recursos, fundos públicos, para desenvolver infraestruturas digitais com bilhões de dólares em investimentos. Empresas como Google e Amazon investem de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões por ano em tecnologia", concluiu.

Tecnologia e Economia

As tecnologias como semicondutores, inteligência artificial e infraestrutura de telecomunicações móveis (como o 5G), têm sido consideradas por especialistas como um elemento gerador de receitas em diversos segmentos produtivos.

Neste sentido, seu desenvolvimento não está relacionado apenas a um setor de tecnologia de ponta, mas a um elemento base da chamada transformação digital, que já atinge agricultura, indústria, finanças e atividades cotidianas.

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