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Fogo Cruzado

GRANDE RIO Passa de 100 VÍTIMAS DE BALAS PERDIDAS EM 2023

Mais da metade das vítimas foi atingida durante ações e operações policiais, segundo Instituto Fogo Cruzado

Foto: Divulgação / Fogo Cruzado
Foto: Divulgação / Fogo Cruzado

A região metropolitana do Rio de Janeiro atingiu mais um marco na violência armada: 101 pessoas foram vítimas de balas perdidas em 2023, segundo o levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Entre as vítimas, 31 morreram e 70 ficaram feridas. Em 2022, no mesmo período, foram registradas 57 vítimas, 13 mortas e 44 feridas. O número de pessoas mortas em 2023, comparado com o ano passado, mais que triplicou.

Entre as 101 vítimas, 57 foram atingidas durante ações e operações policiais, resultando em 19 mortos e 38 feridos. Outras sete pessoas foram mortas e sete ficaram feridas por balas perdidas durante disputas entre grupos armados.

"Desde 2016 o Fogo Cruzado monitora casos de balas perdidas e ano após ano vemos essa triste marca de 100 vítimas ser atingida sem qualquer resposta do poder público. Pior, o estado do Rio de Janeiro deixou de produzir esse dado em 2012 e sem o Fogo Cruzado, a população não teria acesso a essa informação. É preciso cobrar do governo uma resposta urgente e eficaz para frear essa violência que coloca em risco a vida da população todos os dias. ", afirma Carlos Nhanga, coordenador Regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro.

Violência entre os mais vulneráveis

Os adultos foram a maioria entre as vítimas, com 70 baleados, sendo 21 mortos e 49 feridos. Mas 11 crianças, 12 adolescentes e sete idosos também foram atingidos por balas perdidas este ano, dos quais cinco crianças, três adolescentes e dois idosos morreram; e seis crianças, nove adolescentes e cinco idosos ficaram feridos.

Dijalma, de 11 anos, é a vítima mais recente. O menino foi morto após ser baleado durante uma operação policial na manhã desta quarta-feira (12) em Maricá. A criança estava a caminho da escola quando foi atingida pelo disparo.

Carlos Nhanga destaca ainda a importância dos dados. "O Fogo Cruzado nasceu da necessidade de se mapear o número de vítimas de balas perdidas, que teve o levantamento suspenso ainda que seja um dos principais problemas relacionados à violência armada no Grande Rio. Se não tem dado, não tem política pública que resolva o problema. É por isso que dados como os desse levantamento são importantes para guiar o poder público na elaboração de políticas que preservem a vida da população e a tire da mira das armas", avalia o coordenador.

Violência na informalidade

Jovens e idosos foram alvos fáceis para a violência armada, mas não foram os únicos. Entre as 101 vítimas de balas perdidas, foi possível identificar que três entregadores/motoboys foram mortos, três mototaxistas ficaram feridos e um vendedor ambulante foi morto.

Nenhum lugar escapou de ser alvo da violência. 11 pessoas foram vítimas de balas perdidas quando estavam dentro de casa: duas morreram e nove ficaram feridas. Outras sete foram atingidas quando estavam dentro de bares: três morreram e quatro ficaram feridas. Uma pessoa foi morta dentro de transporte público e outra ficou ferida dentro de uma unidade de ensino.

Locais da violência armada

Municípios

  • Rio de Janeiro: 24 mortos e 49 feridos

  • São João de Meriti: 2 mortos e 7 feridos

  • São Gonçalo: 7 feridos

  • Belford Roxo: 1 morto e 1 ferido

  • Duque de Caxias: 3 feridos

  • Queimados: 2 feridos

  • Mesquita: 1 mortos

  • Nilópolis: 1 mortos

  • Nova Iguaçu: 1 morto

  • Maricá: 1 morto

  • Niterói: 1 ferido

Regiões

  • Zona Norte (Capital): 14 mortos e 29 feridos

  • Zona Oeste (Capital): 6 mortos e 15 feridos

  • Baixada Fluminense: 6 mortos e 13 feridos

  • Leste Metropolitano: 1 morto e 8 feridos

  • Zona Sul (Capital): 1 morto e 4 feridos

  • Centro (Capital): 3 mortos e 1 ferido

SOBRE O FOGO CRUZADO

O Fogo Cruzado é um Instituto que usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, fortalecendo a democracia através da transformação social e da preservação da vida.

Com uma metodologia própria e inovadora, o laboratório de dados da instituição produz 40 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife, de Salvador e, futuramente, de Belém.

Através de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, checadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto ou dos relatórios que produzimos mensalmente.

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